sábado, 5 de janeiro de 2019

Desvendando mentiras





As horas se passaram quase que se arrastando, e eu ainda estava na rua, na verdade eu tinha passado a noite inteira na rua.
Levantei-me para finalmente ir embora, eu precisava de um longo e bom banho. Quando senti um braço pegar o meu. Imediatamente, como num instinto, segurei o punho que havia me agarrado e o torci, era um homem, ele reclamou de dor e depois riu o que me fez olhá-lo diretamente. Meu Deus, era Ed.
- Ed, me perdoe! – falei o soltando
- Você andou treinando, mocinha? – ele falou brincando e massageando a mão.
- Só as vezes. – mentira, eu treinei com Tommy – Mas o que você está fazendo por aqui?
- Estou correndo. – ele olhou para si mesmo e me lançou um olhar tipo: Você não percebeu? – E você? Está com uma cara péssima.
- Ah – suspirei – tive uma briga com Jake, quase contei tudo a ele.
- Vem aqui, vamos conversar Amber. – ele me puxou e voltamos a sentar em frente a fonte. – Me conte, o que houve?!
Respirei fundo e lhe contei tudo. Ed de todos, daquela tropa do Trace, era o que eu confiava e que aparentava se preocupar comigo. Ele era um amigo. Ed pelo incrível que pareça nunca me desejava como homem e mulher, ele mais me protegia do que tudo.
- Bom, você já sabe o que eu acho do Jake e da relação de vocês dois.
- Eu sei que acha errado, mas ele é a única pessoa que eu tenho, a única esperança de ter uma vida normal.
- Amberly, infelizmente sua vida não é normal e não adianta você tentar esconder isso. – aquelas palavras vieram como um balde de água fria.
- Mas eu posso ao menos sonhar, certo?
- Claro, mas não pode ficar usando o Jake desse jeito.
Fechei os olhos e como uma explosão vieram vários momentos meus e de Jake, ele era incrível.
- Você tem razão.
- E.., eu preciso te contar uma coisa.
- O que houve, Ed? Trace tem outra “missão “?
- Não, bom ainda não. Mas o que eu tenho para te contar é algo que pode te chocar um pouco e você nunca poderá falar com ninguém.
- Claro, da mesma forma como eu confio em você, confie em mim.
- Bom, eu sou seu irmão.
- Sim, eu sei. Você é o único lá dentro que me protege, mas pode me falar.
- Amberly, é isso. Eu sou seu irmão, tipo irmão de sangue, meio sangue.
Eu o olhei tentando encontrar algum vestígio de mentira ou brincadeira e pela primeira vez na vida ele estava sério. Não pode ser, Ed meu irmão de sangue?
- Espera, você está brincando né?
- Não, Desde quando te conheci queria te falar.
- Então você sempre soube?
- De certa forma sim.
- E é por parte de mãe ou pai?
- Pai.
- Eu ainda não acredito. Ed você sabe como essa questão de família é muito importante para mim, não ouse brincar com isso.
- Olhe para mim. – suas mãos tocaram meus ombros. – Eu nunca mentiria para você.
- Então por que não me contou antes?
- Trace me proibiu, mas eu estava vendo como você sofre. – ele engoliu a seco. – Vi como ficou quando pegamos Alice e Ray.
- Quem diria, minha família sempre esteve por perto.
- E só mais uma coisa, a morte de sua mãe, não foi culpa sua.
- Como não?
- A culpa foi de Trace.
- O QUE? – meu sangue ferveu.
- Ele sabotou o carro dela, pois ele sabia que se ela viesse falar com você, certamente iria voltar com ela e deixa-lo.
- E isso lhe dá o direito de matar minha mãe? Ele enlouqueceu? – me levantei.
- Espere onde você vai?
- Tirar uma satisfação com Trace. – cerrei o punho, eu estava fervendo de raiva.
Sempre me culpei pela morte dela e a real culpa era dele? O que o faz pensar que ele podia tirá-la de mim? CRETINO.
Comecei a andar rápido em rumo a boate, eu sabia que ainda era cedo para estar aberta. Seria a hora perfeita para dar uma palavrinha com Trace.
- Amber, espere.
- Nem tente me impedir, Ed.
- Eu não vou, mas também não vou deixar que você se mate.
- Como assim?
- Leve pelo menos esse soco inglês, já vi você dar uns socos num cara que tentou te abusar e vi que você consegue ter firmeza. Esse instrumento vai deixar seus socos mais certeiros.
- Ele vai se arrepender. – minha respiração estava ofegante, e lagrimas começaram a vir. – era minha mãe.
- Eu sei. – ele me abraçou. – me promete que vai voltar bem?
- Tentarei. – dei um sorriso fraco.
- Essa é minha irmã.

Ele me soltou e eu prossegui ao meu destino.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sem ninguém?




Pude sentir minha garganta se apertar, meus olhos se arregalarem, e meu coração parar.
Jake estava imóvel, com os olhos cheios de raiva e bufando. Nunca o vira deste jeito. Se eu estivesse de fora, apenas observando a cena, diria que ele se arrependera de ser meu namorado.

- ME RESPONDA! - ele exigiu.

- Eu.. Eu... fui dar uma volta. - minhas palavras falharam, me entregando mais ainda.

- NÃO MINTA AMBERLY. CHEGA DE MENTIRAS.

- Jake, eu fui dar uma volta, estava sem sono! - falei a verdade.

- E COM QUEM VOCÊ ESTAVA?

- Sozinha. - menti.

Meus lábios falavam a mentira e meus olhos me denunciavam. "Qual é Amberly, você já fez isso várias vezes! Você consegue mentir para ele novamente."

- MENTIROSA, VEJO ISSO NOS SEUS OLHOS.

Engoli a seco.

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO AMBERLY, QUE DROGA.

Como num vulto, seu corpo desabou na cama. Suas mãos apoiadas em sua cabeça, impedindo-o de olhar-me nos olhos. Um nó se fez na minha garganta, um nó tão apertado que parecia me faltar o ar.

Continuei no mesmo lugar em que eu estava, não conseguia olhar para o lado, quem dirá dar um passo para perto do Jake.

- Eu te amo Amberly, por que você está fazendo isso comigo? - Sua voz saiu trêmula.

- Jake, eu não estou te traindo com ninguém. - Isso está me matando.

- Amberly, você está esquisita.

- Por que vocês está falando isso?

- Eu posso ter demorado para ver as coisas, mas não sou tonto. Algumas semanas atrás veio um homem chamado Trace aqui em casa, ele queria muito falar com você. - Seus olhos finalmente encontraram os meus. - Ele estava muito interessado em você, então decidi perguntar de onde ele a conhecia. - Parei de respirar. -  Ele disse que fazia anos que te conhecia, inclusive a mais tempo do que eu. De início não levei na maldade, mas essa frase ficou na minha cabeça, então pensei em ninguém melhor que você para me responder isso. De onde você o conhece, Amberly?

Não aguento mais, vou abrir o jogo com ele, mas se ele souber Trace o mata e já basta minha mãe que morreu por minha causa, não aguentarei carregar a morte de outra pessoa.

- Jake, você não deveria ter deixado Trace entrar aqui.

- Não fuga do assunto, me responda.

Fechei os olhos tentando achar algo bom o suficiente para que ele acreditasse.

- Trace me conhece a muito tempo, desde que vim para Vegas. Foi ele quem me acolheu quando cheguei.

- Você ainda não respondeu minha pergunta.

- Que droga Jake, o que você realmente quer saber? - estourei.

- Quero saber o que você está escondendo por trás desse rosto angelical, por que não me conta?

- Jake. - comecei. - Preciso ficar só.

- Me diga, sou seu namorado, esqueceu?

Meus olhos estavam cheios de água, eu não queria perder ele, mas não era justo com ele.

- Não esqueci, e isso que me assusta. Eu não sou boa o suficiente para você, na verdade nunca serei boa demais para ninguém.

- Deixe disse Amby, eu te amo. E para mim você é incrível.

Isso é porque ele não faz a mínima ideia do que faço a noite.

- Não fale isso, por favor. - me virei para minha bolsa. - Se importa se eu for dormir no hotel essa noite?

- Amby, não vá.

- Preciso ficar só. - minha voz estava falha.

- Então eu vou, e amanhã eu volto.

- Obrigado. - forcei um sorriso.

Jake levantou-se apoiando as duas mãos nas extremidades da minha cabeça e pousou um beijo singelo na minha testa.

- Fica bem, amanhã eu volto e a gente conversa melhor. - ele olhou em meus olhos.

Apenas assenti e ele se foi.

De volta ao vazio, aqui estou, sozinha, machucada e presa no meu próprio mundo, esperando que um dia, talvez, alguém me salve disso tudo.

Esperei mais um pouco e saí. Não podia ficar em casa com lembranças do passado. Fui para meu refugio, a fonte dos pedidos.

Essa fonte... Teve história.



Continua................

terça-feira, 23 de junho de 2015

Homens são apenas homens.





As horas voaram desde que voltei para meu apartamento. Quando cheguei Jake ficou de bico, brigou e falou que não tenho mais tempo para nós dois, mas resolvi esse pequeno detalhe e logo ele melhorou. Homens, sempre previsíveis.

Olhei o pequeno quarto, no qual eu me encontro, era pequeno, porém, bem aconchegante. Ali eu me sentia bem e em casa, longe de Trace e do cassino.

Jake estava adormecido ao meu lado, e eu sentada com as pernas coladas ao meu peito. A televisão ligada para as paredes porque eu mesma não estava prestando atenção em nada. Minha cabeça estava lá fora.

A noite estava tão linda e a brisa parecia poder invadir meu quarto e me enlaçando. Olhei novamente para Jake e levantei-me, peguei meu casaco e saí.

Como eu previ a noite estava linda e a brisa correndo em minhas bochechas deixava tudo mais bonito.Eu podia ouvir as árvores cochichando uma com as outras , do seu modo, claro!, caminhei mais um pouco e encontrei a mesma fonte que tinha me assentado, a famosa fonte dos desejos.

Olhei ao redor e não tinha ninguém. Sentei-me e no mesmo instante veio um peso sob mim. Pensei nas meninas que tínhamos pegado hoje,  quando Bryan puxou Alice pelo braço, seus olhos assumiram totalmente uma expressão de medo e pavor e Ray tinha medo em seus olhos, mas era mais forte que Alice, ela podia manter isso escondido. Depois me veio minha mãe, e foi aí que parei de segurar o choro, Amanda, era esse seu nome. Uma mulher linda e tão cheia de amor. Seus cabelos escuros, mais escuros que os meus e seus brilhosos sempre cheios de esperanças.

- Amberly?! - Uma voz me tirou do transe. Ergui o olhar e lá estava ele. - Por que você está chorando?

- Dus.. Dus.. tin - gaguejei imediatamente limpando as lágrimas que me denunciavam.

- O que aconteceu? - ele sentou-se ao meu lado.

- Nada. - engoli a seco.

- Como se nada te fizesse chorar, mas se você não quer falar tudo bem. - Dustin passou o braço pelo meu ombro me achegando para mais perto do seu corpo.

Encostei a cabeça em seu peito, fechei os olhos e pela primeira vez, depois que minha mãe se foi, fiquei mais tranquila.

- Sabe... - comecei. - As vezes é difícil não querer jogar tudo pro alto e começar uma nova vida.

- E por que não faz isso?

- Se fosse simples Dustin. - minha respiração já estava mais calma, na verdade estava em total sintonia com a do homem no qual eu me apoiava.

- Amberly, já te disse que é.

- E eu já te disse que não é.

- Conte-me por que então.

Afastei-me para olhar em seus olhos.

- Eu não pertenço a mim mesma, pertenço ao... ao dono de tudo.

- Isso é impossível, ninguém tem esse direito sob ninguém. - ele olhou em meus olhos. - Se você quiser eu te ajudo a fugir.

- Não é assim que as coisas funcionam. - suspirei. -  Tem tudo o que fiz também, tem minha mãe. - lagrimas começaram a se formar no canto dos meus olhos.

- Ei, ei, não chore. - Dustin me abraçou mais uma vez. - shiii, eu estou aqui com você.

- Obrigada. - ficamos em silêncio mais um pouco antes de eu interrompê-lo novamente. - Uma pergunta, como você me achou aqui?

- Instinto. - ele riu.

Olhei para ele com uma cara de desconfiança.

- Brincadeira, eu estava sem sono e decidi vir aqui. Onde te encontrei pela primeira vez.

Sorri.

- Não fale assim. - mais gemi do que falei.

Me afastei dele, eu não podia me envolver com aquele homem e com nenhum outro. Nem mesmo Jake merecia isso.

- O que foi? Eu disse algo errado?

- Não, eu que falei. - forcei um sorriso. - Tenho que ir.

- Por favor, fique.

- É melhor para nós, não podemos criar laços e nem afeto um pelo outro.

Ele riu - Tarde demais, já estou bem enlaçado com você. - ele me puxou.

- Dustin, não podemos. Você viu o que sou, você sabe do que vivo.

- Não ligo se você é uma puta ou uma santa, você foi a única mulher que me deixou louco antes, durante e depois de uma transa.

- É exatamente isso, pra você tudo se resume ao sexo bom. - me soltei.

- Amberly, espere! Não foi isso que eu quis dizer. - ele gritou , mas eu já estava numa distância boa.

Continuei caminhando até o apartamento, só que agora com um rombo maior no coração. Como sou tola de achar que uma prostituta poderia ter uma vida de verdade. Nem sei como ainda tenho Jake.

Finalmente cheguei, destranquei a porta e pra completar minha infelicidade, Jake estava de pé.

- AMBERLY, QUE DIABOS VOCÊ ESTAVA FAZER FORA DE CASA? ONDE VOCÊ ESTAVA?


MERDA, TÔ FERRADA!!!!!




************** Continua*****************

domingo, 7 de junho de 2015

Bem vindas, meninas.





O dia era lindo, composto por um céu azul anil, com poucas nuvens, e o sol, ainda meio envergonhado , se escondia atrás de uma nuvem branquinha e simpática.
Como eu queria estar falando que estou apenas passeando no aeroporto, ou que eu vou viajar com meu marido. Se eu tivesse um né!?

Um suspiro me escapou. Quem dera!

"Hora de voltar a realidade Amberly!" falei comigo mesma. Olhei ao meu redor e vi Bryan a minha direta, e tão próximo que era capaz ouvir sua garganta ao dar mais uma boa golada em seu café; ele lia um jornal, mas tinha os olhos sempre atentos a cada movimento meu. Se eu falhasse, seria ele o primeiro a me pegar pelo braço e me punir. Olhei para minha esquerda e logo avistei ao longe Ed. Era ele na verdade um dos melhores capangas de Trace, podia-se falar que ele era seu braço direito. Trace sempre o deu respeito, e sempre estavam juntos. Ed tentava de tudo para me proteger, ele sempre me tratou como uma irmã, parece que ele me vê de outro modo. Pelo menos ele.

Joguei o cabelo para trás, ajeitando minha blusa e indo em direção ao ponto de táxi. Não demorou muito para eu notar as duas garotas, um era ruiva natural com os cabelos lisos que chegavam na altura da cintura e tinha olhos azuis como o céu de hoje, e a sua amiga ao lado aparentava ter menos idade que a ruiva, ela era morena com algumas mechas loiras, seus olhos acinzentados passavam uma boa impressão. Me aproximei das meninas, usando a mesma tática de sempre: O TÁXI.

- Nossa, será que é difícil chamar um táxi por aqui? - falei imitando um sotaque britânico e inclinando-me para a ruiva.

- Bom dia! Bom eu não sei, somos novas por aqui também. - ela falou abrindo um sorriso largo, porém  hospitaleiro.

- Mesmo? E de onde vocês são?

- Somos da Austrália e você?

- Sou da Inglaterra. - sorri mentindo com facilidade.

- Que máximo! - agora foi a vez da morena falar.

- Vocês estão indo para que lado? - perguntei me fazendo de confusa.

- Para o hotel das fontes cantantes.

- Nossa! Que coincidência eu também!

- Sério? - elas sorriram.

Apenas afirmei com a cabeça - Será que podemos rachar o táxi? Porque eu não sei de quanto em quanto tempo ele passa.

- Claro que podemos. - a morena falou.

- Nossa muito obrigado!!! - sorri. - A propósito eu sou Amberly - estiquei minha mão.

- Eu sou Alice e ela é Ray. - A ruiva, que se atendia por Ray deu um sorriso após ouvir a amiga falar seu nome.

- Prazer meninas.  - Olhei para o lado e dei uma tossida, esse era o nosso código para que Bryan passasse de leitor para taxista.

Olhei de relance para Ed, que continuava imóvel. Bryan, porém, já vinha no carro branco.

- Vejam!!! Um táxi. - falei apontando para o carro.


Imediatamente o carro branco parou em frente onde estávamos. Elas entraram sem ao menos desconfiar de nada. Meu coração apertou, eu não queria que elas passassem pelo que passei. É doloroso, vergonhoso e muito humilhante. Entrei logo atrás de Ray, que ficou no meio.

- Bom dia meninas! - falou Bryan abrindo um sorriso quase ingênuo.

- Bom dia Sir. - Ray falou. - Queremos ir para este endereço. - Lhe passou um papel pequeno, com algumas letras rabiscadas.

- Oh tudo bem, senhorita. - Ele olhou o papel e nem o deu muita atenção. - Eu sei exatamente onde vocês querem ir.

Essa foi sua última frase, depois o carro ficou em silencio, quase total se não fosse pelo movimento lá fora.

Bryan virou a esquina, que era oposta ao hotel que as meninas estavam hospedadas e parou em frente a boate.

- Chegamos! - falou ele se virando para trás, encarando-as.

Elas olharam para fora do carro e viram a Fenix que ficava bem no topo do letreiro do cassino. Depois voltaram os olhares uma para a outra, mas dessa vez assustadas.

- Mas não é aqui!

- É sim. - falei, era minha parte da cena falar isso.

Elas ficaram mais assustadas ainda.

- Isso foi uma armadilha? - Ray falou prendendo o choro.

- Pode apostar baby. - Bryan falou abrindo a porta do carro e agarrando o braço de Alice, puxando-a para fora do carro.

- SOLTE ELA AGORA.

- Não se preocupe menina, logo logo você vai estar junto a sua amiga. - Ed apareceu para pegar Ray.

Ela olhou para mim uma ultima vez e não precisou de uma única palavra para eu saber o que ela tinha em mente. Seu olhar de medo mesclado com raiva e decepção me atingiram de uma maneira que eu só me encolhi no táxi e comecei a chorar.

Minha mãe me lançou aquele mesmo olhar no dia em que falei que teria de me mudar para Vegas. Ela não queria que eu fosse, mas eu bati o pé... então aconteceu tudo.

Abri a porta do carro andando vagarosamente para dentro do cassino, enxugando os olhos.

- Amberly. - Uma voz firme, mas ao mesmo tempo doce, me chamou.

Virei-me e olhei em seus olhos, era Ed.

- Oi - forcei um sorriso falho.

Ele se aproximou de mim e me abraçou.

- Sua mãe de novo?

Apenas assenti me sentindo um pouco protegida em seus braços.

- Queria que você soubesse de tudo.

Olhei para ele muito confusa.

- O que mais não sei?

- Eu realmente queria poder te falar, mas não posso. - ele suspirou. - Assim como vc, eu recebo ordens.

Abaixei a cabeça deixando minha mente trabalhar.





*****CONTINUA*******


MDS, SCRR EU DEMOREI DEMAIS EU SEI... SORRY MESMO.... TO MEIO SEM TEMPO ¬¬

terça-feira, 28 de abril de 2015

Contrariados







Mais uma manha tinha chegado para tirar toda a parte preguiçosa do meu ser, mas essa parte de mim era um tanto resistente, pois estava lutando com todas as forças para que eu permanecesse ali na cama.
Virei para o lado, com os olhos fechados, mas não demorou muito para que eu cedesse. Levantei-me notando que eu me encontrava totalmente nu.

Meu corpo estremeceu por conta da manha fria, “malditas janelas abertas!” pensei. Em poucos passos entrei no banheiro do hotel, dei de cara com minha imagem no espelho. Um sorriso insano logo apareceu. Fechei os olhos por uma fração de segundos e a vi rebolando no meu pau. Que mulher! Mas apesar do sexo bom, tinha também a mulher, ela era digna de valor, não é como todas as outras prostitutas que eu já passei a noite. Ela parecia ser profissional, mas tão inexperiente com as coisas do amor, e da vida, e do sexo oposto. Apesar de ser uma mulher ela era tinha um jeito de criança, inocente e teimosa.

Pena ela ser apenas uma puta que eu meti. E além da mais ela está bem ocupada com outros caras.
Entrei no chuveiro quente e deixei a água cair. Deixei me levar pela sensação relaxante das gotas percorrendo minha nuca e descendo pela extremidade das minhas costas. Inclinei a cabeça com os olhos fechados, e tudo o que eu conseguia ver era seus lindos olhos negros, que pareciam ficar ainda mais pretos na escuridão da noite, o que a deixava totalmente sexy.

Mas aqueles olhos não me eram estranhos. Eu já tinha o visto, eu sei disso, só que não me recordo onde nem quando. Permiti-me encostar as costas na parede tentando impedir-me de me apaixonar novamente. Prometi a mim mesmo que não me apaixonaria mais, apenas brincaria com as mulheres, nada de me apegar. O que está acontecendo? Estou eu quebrando minhas próprias regras?

Aqueles olhos!! É claro! Eu me lembro. Ela é a mesma mulher da fonte dos desejos a alguns dias atrás e a mesma da Torre Eiffel. Aqueles olhos brilhantes não era algo que eu me esqueceria tão facilmente. Era ela. Mas na Torre Eiffel ela estava com um cara, e eu a ouvi chamar de "amor" várias vezes, era seu namorado. Como isso é possível? Namorar um prostituta ? A menos que ele não saiba.

Que mulher de faces, como ela pode omitir isso a ele? Vou tirar satisfação com ela.

Mas eu não posso simplesmente chegar lá e perguntar sobre a vida dela toda, como se ela fosse abrir a um estranho... E além do mais eu não sou nada dela. Merda!

Espera, eu estou me importando com uma puta?


Pov´s Amby



Mais uma longa semana tinha se passado e eu estava cada vez mais cansada e enojada daquele lugar, daquelas roupas, dos sexos, com exceção de um que todas as noites provocavam arrepios em meu corpo. Que homem! Pena que mais uma semana se passou e ele não voltou como havia prometido. EU ESTOU MESMO ACREDITANDO NA PROMESSA DE UM HOMEM? Tantos já me fizeram promessas e propostas e ele de longe é apenas mais um.

Dei mais uma checada no espelho, e ajeitei o batom vermelho que cismava de escorrer no canto da boca. Olhei mais embaixo, minha blusa preta soltinha que combinava perfeitamente com meu short jeans de dois palmos. Eu definitivamente estava pronta.

E lá vou eu para mais um trabalho. Desta vez será bem fácil, são apenas duas meninas, duas inocentes turistas.

Sai do banheiro e dei de cara com Jake, ah Jake!

- Amor? Você vai sair?

- Sim. – sorri – vou ir ao aeroporto, me parece que meu chefe quer que eu pegue algumas encomendas para ele. – de certo modo era verdade.

- Nem mesmo sábado você tem folga? Pensei em sairmos hoje. – meu coração apertou. Isso me matava
por dentro, eu não podia mentir tanto para ele.

- Podemos sair amanhã, amor? Hoje realmente preciso fazer isso.

- Tudo bem. – ele esticou os lábios numa tentativa falha de sorriso.

- Eu vou indo – me aproximei e colei meus lábios nos dele. – Eu te amo.

- Eu também te amo.

Sorri e dei mais um beijo em sua bochecha. Virei-me em direção a porta, mas ele me chamou novamente.

- Amby!

- Oi príncipe! – me virei encarando seus olhos tristes.

- Seu chefe deu uma passada aqui hoje.

Paralisei. Como assim Trace veio aqui? Já o falei milhões de vezes que não era para ele subir e sim deixar na portaria.

- O que ele queria? – falhei ao tentar esconder meu desespero.

- Ele veio te entregar isso. – Jake virou-se e pegou um envelope preto.

- Você o abriu?

- Não, mas pode me falar o que tem aí dentro?

Franzi a testa e peguei o envelope, eu tinha certeza que eram as fotos das meninas e seus dados.

- Deve ser os dados da encomenda. – forcei um sorriso.

- E por que tem que ser lacrado desse jeito?

Merda!

- Porque... porque... oras eu não sei. – olhei seus olhos confusos. – Bom, agora eu tenho que ir. O taxi já deve estar lá embaixo.

- Amor, uma ultima pergunta.

- Claro, mas tem que ser rapidinho.

- Você nunca mentiria para mim né?

Fechei os olhos e os abri olhando fixamente nos dele. tudo o que eu queria era abraçá-lo e pedir perdão por todas as mentiras e simplesmente lhe dizer a verdade, mas eu não podia, eu não conseguia.

- Claro que não, amor. – uma faca invisível me acertou em cheio. – Por que a pergunta?

- Nada não, só queria ter certeza. Agora vá, não quero te atrasar. – ele se esticou plantando um selinho em meus lábios.

Virei-me para a porta, a abri e sai. Lagrimas se formaram no meu rosto, como eu sou tão idiota e estúpida.
Desci as escadas e o carro de Trace estava parado em frente ao prédio.

Andei em direção ao carro e entrei.

- Aí está a minha menina!

- Oi Trace.

- Nossa, que cara é essa? Você está chorando?

- Talvez. – falei me encolhendo.

- O que houve?

Olhei em seus olhos. – Você realmente acha que é fácil para mim? Ter uma vida dupla, mentir para a única pessoa que me apóia de verdade e ter que dar para homens todos os dias?

- Hey, calma aí mocinha! – ele pegou seus óculos escuros e pôs.

- Esquece você não entende.

- Amberly, prometo que logo isso vai ter um fim. Você não terá que mentir mais.

- E como você pretende isso?

- Eu sou quem sou e você ainda não acredita em mim?

Revirei os olhos.

- Agora me fale o que terei que fazer hoje?

- Seduzirá duas meninas com seu jeitinho, os nomes delas estão no envelope que seu namorado te entregou!

- Ok! E por falar nisso, não suba mais lá em casa, a gente já combinou isso.

- Não tenho culpa se Jake desconfia de você. – ele deu de ombros.

Que homem insuportável e insensível.

- Apenas não suba mais. – falei entre dentes.

- Como quiser senhorita irritadinha.

- Não me faça te dar um tapa na cara Trace, já estou nos limites com você e esta situação toda.

- Faça isso que você já sabe muito bem o que vai acontecer. – ele falou serio, tirando os óculos e olhando em meus olhos.

Fechei os olhos, mais lágrimas queriam sair, mas eu as impedi bem a tempo.

O carro parou. Bom mais uma vez lá vou eu.





Continua....

domingo, 22 de março de 2015

Perdendo o sentido





As pessoas falam que quando estamos apaixonados sentimos aquelas famosas “borboletas no estomago”, mas no meu caso acho que as borboletas vieram parar na garganta, pois eu não conseguia falar nada. Era como se parte de mim estivesse num transe inconsciente. Meus olhos estavam fixos no belo par de olhos castanhos do homem sedutor a minha frente.

- Amby? – a voz de Trace soou vindo do meu lado direito, o que me deu um susto e um pouco de raiva, pois não queria parar de olhá-lo.

- Sim. – eu disse mudando o foco para Trace parado ao meu lado sem entender o espanto.

- Você o conhece?

Eu não podia simplesmente falar a Trace que eu o conhecia e que poderia estar me sentindo, talvez, desconfortavelmente atraída por ele. Até mesmo porque eu sabendo como era ele e como funcionava tudo isso, Trace iria falar que eu não poderia fazer o programa com Dustin pelo fato de não criar laços afetivos.

- Não, claro que não. – menti franzindo a testa olhando diretamente em seus olhos acinzentados curiosos.

Pude sentir um olhar interrogativo vindo da direção do meu cliente ali parado a minha frente, mas não ousei desviar o olhar, não queria que minha pequena mentira falhasse.

- Ótimo, agora vá querida, cada minuto é dinheiro que eu perco. – Ele sorriu para mim.

- Certo. – estiquei os lábios.

Voltei o olhar para meu cliente charmoso e cheiroso.

- Vamos?

Ele apenas assentiu, parecia ele um tanto assustado. Também ficaria se descobrisse que eu era o que era. 
Uma decepção me tomou conta, mas a espantei, não queria que nada me atrapalhasse porque pela primeira 
vez eu ia fazer um sexo prazeroso, se bobear o melhor que já fiz.

Estiquei a mão para Dustin que por sua vez a pegou com gentileza demonstrando sutilmente um pouco de avareza.  Passamos por algumas pessoas, até por Melanie que estava no palco hoje rebolando e descendo até o chão. Olhei de soslaio para Dustin que mantinha o olhar permanente na minha nuca.

Finalmente chegamos aos corredores dos quartos, que estavam bem silenciosos. Estávamos andando pelo corredor, perto do numero que meu cliente tinha preso em sua regata, senti um movimento no meu braço, o que me fez girar e fitar seus olhos sedentos. Sorri maliciosamente, enquanto seus olhos se fixavam na minha boca.

- Você quer me beijar?

- Você não faz idéia.

Dei de ombros e ele entendeu a deixa. Seus lábios tocaram os meus. Todo meu corpo se energizou. Sua boca era macia e sua língua calmamente procurava a minha. Minhas mãos estavam envoltas em seu pescoço e as dele na minha cintura.

- Vamos para o quarto. – falei em meios aos beijos.

Quando fui me afastar para irmos ao quarto ele me pressionou mais forte contra seu corpo e apalpando minha bunda para me pegar no colo. Fiquei surpresa, nunca fizeram isso comigo, mas estou gostando. Abri a perna enroscando-a em sua cintura. Suas mãos grossas ainda estavam em minha bunda, mas seus lábios agora estavam em meu pescoço e a medida que nos aproximávamos do quarto ele foi intensificando seus beijos e mordiscando meu pescoço. “Que sensação gostosa!” exclamei comigo mesma.

Dustin empurrou a porta do quarto, que estava destrancada, fechando-a com o calcanhar. Eu ainda estava no seu colo, com meu corpo tensionado e gritando por ele. Foi quando ele me colocou gentilmente na cama, analisando toda a extensão do meu corpo. Aquilo me deixava com mais vontade que tudo. Mordi o lábio inferior, chamando sua atenção para minha boca, olhei em seus olhos e vi que ele estava do mesmo modo que eu.

Meu cliente não perdeu tempo e veio para cima de mim, senti seu corpo colar ao meu, meus sentidos se perderam nesse momento. Eu já não tinha mais noção de que eu estava trabalhando.

Ele tirou minha blusa enquanto seus lábios beijavam meu pescoço me deixando cada vez mais excitada, eu arranhava suas costas levemente por cima do pano fino de sua regata. Deixando-me sem blusa, ou melhor, top. Dustin desceu os beijos pelo meu colo, deixando um rastro molhado com sua língua, aquilo era de dar arrepio, com uma mão ele trilhava um caminho começando da minha barriga chegando até meu seio esquerdo, onde ele o agarrou, apertando-o, com tamanha precisão. Minha respiração já estava um tanto ritmada, minha barriga subia e descia a cada toque dele.  Um sorriso de pura malicia lhe escapou pelos lábios, sem delongas, meu cliente abocanhou o outro. Foi ai que fiquei louca de excitação por aquele homem.

Em todas as minhas transas quem controlava tudo era sempre eu, mas desta vez Dustin está controlando toda a situação, eu estou apenas o acompanhando, como se fosse uma dança em que nossos corpos se conectavam de forma exuberante.

Tudo o que eu conseguia me concentrar era naquele par de mãos vagando por todo meu corpo. A essa altura eu estava completamente nua e ele apenas de Box. Definitivamente aquele homem era um deus grego, pois suas feições eram perfeitas. Seu abdômen não era definido exageradamente, mas de forma sensual, seus braços eram musculosos o suficiente para me pegar com força.

Enquanto sua boca mais uma vez avançava por meu corpo, eu mantinha os olhos fechados para sentir cada 
movimento da sua língua sob a pele desnuda da minha barriga e descendo passando por minha virilha parando na minha vagina. Quanto mais ele a chupava mais eu me contorcia. Não demorou muito para que eu gozasse pela primeira vez.  Eu me contorcia, não conseguia mais conter o tesão por todo meu corpo. Eu precisava daquele homem dentro de mim imediatamente. Gemi o mais forte que pude, falando seu nome. Ele entendeu minha suplica e imediatamente lançou sua Box por cima de sua cabeça, finalmente me penetrando. 
Ele começou de vagar, e a cada estocada que ele me dava gemia baixo, depois ele foi aumentando a pressão e neste instante eu já estava gritando.

Não demorou muito para ele gozar, quando aconteceu ele deitou ao meu lado, passando a mão pela minha barriga suja com seu gozo.

- Vem, vamos limpar isso. – disse ele se levantando, totalmente e completamente nu, mas ele agia como se 
isso fosse normal. Eu ri dele. – De que você ta rindo?

- De você.

- De mim? – ele arqueou uma sobrancelha, virando para mim.

Eu ainda estava deitada na cama e ele a minha frente.

- Sim, o jeito como você está me tratando. É só algo novo para mim.

- E como eu deveria te tratar?

- Não sei – dei de ombros.

Ele riu.

- Agora venha baby, vamos tirar essa coisa da sua barriga. – ele me pegou no colo, como um casal quando 
acaba de se casar.

“Baby” meu coração acelerou ao ouvir aquele apelido. O que estava acontecendo comigo? Era só mais um cliente.

Ele me soltou com delicadeza a sua frente, para que eu abrisse a porta. Adentramos no pequeno banheiro da suíte, ele me virou para olhar em meus olhos.

- Você não precisa disso, sabe né? – ele disse com toda sinceridade.

- É mais complicado do que você imagina.

- Pode ser, mas de uma coisa tenho certeza. Você não é feliz, não com essa vida.

- Virou psicólogo agora? – me virei e entrei no chuveiro. O liguei e comecei a me molhar, enquanto ele só 
me olhava. Depois de alguns segundos o mesmo deu alguns passos e entrou no chuveiro junto comigo. – O que você  está fazendo aqui?

- Se não quiser é só falar não. – ele beijou meu pescoço, fechei os olhos e lembrei-me que ele era um cliente e aquilo não estava incluso.

- Para Dustin, isso não está incluso. - minha boca falava não, mas meu corpo implorava para que ele permanecesse ali.

Ele engoliu a seco e saiu, indo para o quarto.

Tudo o que eu queria era socar a parede. Por que ele está fazendo essa revira volta na minha vida? Que merda! Ele não tem permissão pra isso.

Já tenho problemas demais e tenho Jake, que querendo ou não, ainda é meu namorado. Respirei fundo e sai da ducha, enrolei-me na toalha e fui para o quarto.

O quarto estava vazio. Aquilo me deu um arrepio negativo, olhei para a cama e vi um pedaço de papel. Era uma pequena carta.

“ Amberly, você faz amor como ninguém, algo naquele sexo me viciou, talvez você tenha me dado algum tipo de droga, não sei, mas sei que irei querer mais.
Dustin.”

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Continuaaa.....

sexta-feira, 6 de março de 2015

Vontades




Havia pessoas que estavam visivelmente atordoados, outros queriam preencher o vazio com bebidas e sexo, alguns queriam o dinheiro que estava exposto no canto de cada mesa pôquer. Eu já estou pronta para entrar em ação e começar a procurar Trace.

Com os olhos atentos a cada pista que eu pudesse ter de onde estaria meu chefe. Andei pelo saguão em direção a uma mesa de apostas na ala sete, apoiei-me na mesma deixando quase metade dos meus seios a mostra. Um homem de cabelo loiro e olhos azuis não paravam de me olhar, se eu fosse inocente nunca desconfiaria no que aqueles olhos azuis queriam dizer.

- Boa noite, cavalheiros! - falei assumindo um tom totalmente profissional e sexy.

- Boa noite gracinha. - disse um homem mais velho, devia ter seus quarenta anos.

Sorri em resposta.

- Vocês por acaso viram o Trace? O dono disso tudo? - Os olhos do loiro a minha esquerda não perdiam nenhum movimento meu.

O vi se remexer na cadeira para tentar dispersar sua ereção, o que já estava bem visível. Evitei olhar para baixo da mesa e foquei bem seus olhos azuis.

- Tá nervoso querido? - falei me inclinando ainda mais na mesa, por um momento pensei que meu top fosse rasgar.

- Por que a pergunta docinho? - falou ele inclinando para mais perto de mim, eu podia sentir sua respiração quente e quase ofegante.

- Ótimo. - sorri me afastando. - Mas voltando, vocês viram Trace?

- Sim, ele estava conversando com um homem alto de cabelo meio loiro e meio castanho.

- Obrigada Cavalheiros.

- Espere. - Falou o mesmo homem de olhos azuis.

- Sim?

- Quanto você cobra para ser minha por uma noite?

- Converse com Trace, e então ele dirá meu valor.

Saí um pouco confiante demais, com um sorriso sedutor inabalável no rosto. Alguns homens bêbados agarraram meu pulso, mas nada com que eu já não estivesse acostumada. Continuei meu caminho atrás de Trace, mas parei quando o vi entrar. Ele era alto, com olhos brilhantes e castanhos, vestia uma regata branca com uma jaqueta de couro por cima e jeans. Sorri ao vê-lo. Nunca esqueceria aqueles olhos com tanta facilidade.

Droga! O que ele está fazendo aqui? Ai que pergunta imbecil, ele é homem e homens gostam de sexo e apostas. Mas ele não pode me ver assim. Merda, merda, merda. Espere eu estou mesmo preocupada com o que ele vai achar quando me vir? Já saí com tantos caras que já perdi a conta e ele é apenas mais um em busca de prazer sexual. E além do mais, eu tenho namorado.

Continuei andando como se não o tivesse visto, mas era inevitável olhar a cada oportunidade. Olhei ao meu redor e finalmente encontrei os cabelos grisalhos que eu procurava, era Trace.

Ele era um tanto charmoso e elegante para um coroa. Com cabelos grisalhos fazendo um montinho no topo de sua cabeça, um sorriso largo que exibia uma pequena covinha do lado esquerdo do rosto, mostrando dentes perfeitos brancos. Seus olhos eram cinza e exuberantes. Se eu não o conhecesse tão bem, poderia até afirmar que seria um perfeito homem para apenas uma mulher e ser amado por ela um dia.
Trace estava conversando com um velho, me suponho que seja negócio de trabalho. Aproximei-me e sem hesitar passei meus braços finos e longos pelo pescoço do coroa charmoso que estava sentado. Ele me olhou curioso.

- Aí está você minha querida. – sua voz era um tanto grave e rouca, o que complementava charme.

Sorri olhando seus olhos cinza.

- Oi Trace. – falei sentando em seu colo. – Quero falar com você.

- Também preciso falar com você menina. – Ele olhou para o velho a sua frente que estava mudo como um morto. – Se você me dá licença, tenho que resolver uma questão.

Ele acenou com a cabeça em resposta. Coloquei-me de pé e Trace o mesmo fez. Ergui o olhar e o vi novamente, só que dessa vez seus olhos encontravam os meus como a vez que fui para a Torre Eiffel com Jake, meu cérebro vacilou. De repente esqueci-me de tudo e me envolvi naqueles olhos expressivos e brilhantes. Quando me dei conta de que ele estava vindo em minha direção. Senti meus músculos ficarem rígidos e uma tensão formar na parte inferior do meu corpo. Ele mudou a direção do olhar para Trace, o que me fez ficar mais nervosa ainda.

- Olá senhor. – falou ele perto o bastante para eu sentir seu perfume doce. Fechei os olhos gravando aquele cheiro e pensando em mil jeitos de como ser consumida por aquela fragrância, e devo assumir que meus jeitos eram totalmente insanos.

- Olá rapaz. – falou Trace olhando-o de cima a baixo.

- Me pediram para vir falar com você. Trata-se das meninas.

- Ok. – os olhos de Trace se acenderam. – Amberly, querida, espere ali que já conversamos.

Assenti e sai.

Droga! Ele queria ficar com uma das garotas essa noite. Uma pontada me pegou de surpresa fazendo-me apoiar no balcão de bebidas. Carry trabalhava no bar e dava um duro, principalmente para tentar explicar aos homens do lugar que ela não era uma puta. Observei-a pegar as bebidas e acertá-las nos copos todos ao mesmo tempo sem desperdiçar nada, ela era boa nisso.

- Oi gata. – Carry disse aproximando de mim.

- Oi. – falei sem entusiasmo.

- Que gato é aquele conversando com nosso chefinho? – ela ergueu o queixo em direção a Dustin enquanto
esfregava o copo com um pedaço de pano considerável branco.

- Um homem qualquer. – dei de ombros.

- Pode ser, mas ele é gostoso. Nesses momentos que eu acho vocês um tanto sortudas por poderem pegar um deus grego desse.

Aquilo me deu nos nervos, como ela estava falando dele assim? Na minha frente?

- É.

- Você ta bem? – ela analisou meu rosto sério e sem humor. – Como dizia meu poeta favorito, Vinicius de
Moraes, “O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.” Pegue um uísque por conta da casa. – sem me dar tempo de responder ela saiu de perto, pegando uma dose de uísque e entregando-a mim. – Tome e divirta-se.

- Obrigada. – falei pegando o pequeno copo que se acomodava na almofada da minha mão e o levei à boca. Tinha um gosto amargo, mas era bom.

- Olha quem está vindo Amberly. – Carry disse e saiu de perto.

Virei-me e vi Trace vindo em minha direção.

- Oi minha menina.

- Trace.

- Acho que nossa conversa vai ter que ficar para mais tarde, pois o jovem ali mostrou bastante interesse em você. – meu coração acelerou. – E ele quer passar uma hora com você.

- Comigo? – não me preocupei em esconder meu entusiasmo.

- Sim. Agora vá lá e me faça lucrar. – assenti passando por seu lado, onde ele deu um tapinha de “boa sorte” na minha bunda.

Retomei o ar e fui até meu cliente. E pela primeira vez na minha vida, pude sentir o que todos sentiam quando faziam sexo. Aquela conexão de corpos, atração física, vontade e um sentimento que pode ser denominado como paixão.